Particular
Tipo: Portugal
Descrição
A Revolução dos Cravos
Mário Furtado
Para venda - €6
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"É preciso que, de vez em quando, alguma coisa mude para que tudo fique na mesma "
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Este romance de Mário Furtado, "A Revolução dos Cravas*", pretende ser uma crítica de cariz social, algo irónica e sarcástica, em que o autor analisa alguns acontecimentos ocorridos após o golpe militar do 25 de Abril de 1974, em Portugal posteriormente crismado de "Revolução" através dos seus respectivos personagens.
E são diversas as figuras-chave que se interpenetram na vida de Leonel Rabaça, um homem simples e pacato, aspirando apenas a que a vida lhe corra de feição para poder sustentar a família e usufruir do seu conforto e bem-estar.
Que o azar o persiga nas vésperas do 25 de Abril é um facto que o pobre Rabaça terá de assumir, e na transição do antes para o depois o autor realça o "homem verdadeiro" (ele e muitos outros) que existia por detrás de um regime político opressivo e castrador. Golpilhares é uma pequena aldeia, onde os velhos campónios se amodorram, pasmados, esquecidos, num quotidiano sem história, sendo a feira local um acontecimento festivo que, periodicamente, entusiasma o mais sisudo dos seus habitantes.
E Zé Galote, taberneiro, é o tipo do aldeão esperto e manhoso que sabe levar o vinho, isto é, a água ao seu moinho. Ele logo divisa no azar do forasteiro uma forma de sacar algum. E Rabaça, que não é parvo de todo, dadas as circunstâncias deixa-se levar pela melopeia do esperto e hábil comerciante.
É por esta altura que se dá o Movimento dos Capitães (Revolução dos Cravos), cujos ecos chegam também a Golpilhares, enfatizando o contraste entre o "antes" e o "depois" a nível de uma pequena comunidade rural atrasada e, de certo modo, ainda apegada a arcaicos valores medievais. Leonel Rabaça fica embasbacado ao saber o que se passa em Golpilhares.
O padre Crispim é um pároco muito cioso do seu rebanho, que passa a desconfiar de todo o forasteiro que apareça naquele micromundo, por isso ele olha Rabaça com desconfiança e temor.
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Leonel Rabaça, feitas as contas da despesa, saiu em disparada, a soçobrar o embrulho da manta, ruminando fundo o contratempo que o havia retido para além do previsível. Vinha um pouco animado, os eflúvios do álcool a reacen- derem-lhe brios de um confesso amor-próprio e a estimularem-no para a harmonia de uma boa galhofa. Mas sentia-se sóbrio, apesar de tudo, capaz de se dominar e afazer à estrada sem receio de perigo
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Revolução dos Cravas de Mário Furtado. Milvendas. Lisboa, 1980, 219 págs. Mole. 1ª Edição. Como novo
Mário Furtado
Para venda - €6
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"É preciso que, de vez em quando, alguma coisa mude para que tudo fique na mesma "
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Este romance de Mário Furtado, "A Revolução dos Cravas*", pretende ser uma crítica de cariz social, algo irónica e sarcástica, em que o autor analisa alguns acontecimentos ocorridos após o golpe militar do 25 de Abril de 1974, em Portugal posteriormente crismado de "Revolução" através dos seus respectivos personagens.
E são diversas as figuras-chave que se interpenetram na vida de Leonel Rabaça, um homem simples e pacato, aspirando apenas a que a vida lhe corra de feição para poder sustentar a família e usufruir do seu conforto e bem-estar.
Que o azar o persiga nas vésperas do 25 de Abril é um facto que o pobre Rabaça terá de assumir, e na transição do antes para o depois o autor realça o "homem verdadeiro" (ele e muitos outros) que existia por detrás de um regime político opressivo e castrador. Golpilhares é uma pequena aldeia, onde os velhos campónios se amodorram, pasmados, esquecidos, num quotidiano sem história, sendo a feira local um acontecimento festivo que, periodicamente, entusiasma o mais sisudo dos seus habitantes.
E Zé Galote, taberneiro, é o tipo do aldeão esperto e manhoso que sabe levar o vinho, isto é, a água ao seu moinho. Ele logo divisa no azar do forasteiro uma forma de sacar algum. E Rabaça, que não é parvo de todo, dadas as circunstâncias deixa-se levar pela melopeia do esperto e hábil comerciante.
É por esta altura que se dá o Movimento dos Capitães (Revolução dos Cravos), cujos ecos chegam também a Golpilhares, enfatizando o contraste entre o "antes" e o "depois" a nível de uma pequena comunidade rural atrasada e, de certo modo, ainda apegada a arcaicos valores medievais. Leonel Rabaça fica embasbacado ao saber o que se passa em Golpilhares.
O padre Crispim é um pároco muito cioso do seu rebanho, que passa a desconfiar de todo o forasteiro que apareça naquele micromundo, por isso ele olha Rabaça com desconfiança e temor.
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Leonel Rabaça, feitas as contas da despesa, saiu em disparada, a soçobrar o embrulho da manta, ruminando fundo o contratempo que o havia retido para além do previsível. Vinha um pouco animado, os eflúvios do álcool a reacen- derem-lhe brios de um confesso amor-próprio e a estimularem-no para a harmonia de uma boa galhofa. Mas sentia-se sóbrio, apesar de tudo, capaz de se dominar e afazer à estrada sem receio de perigo
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Revolução dos Cravas de Mário Furtado. Milvendas. Lisboa, 1980, 219 págs. Mole. 1ª Edição. Como novo
ID: 659881964
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Publicado 05 de maio de 2025
A Revolução dos Cravas
6 €
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