Particular
Descrição
António Botto
Canções
2.ª Edição
1922
Editora Olisipo - Editora de Fernando Pessoa
Bonita encadernação; conserva as capas de brochura originais;
Dedicatória do autor
CANÇÕES
António Botto
A primeira edição das Canções do poeta António Botto, em 1920, pela Imprensa Libânio da Silva, foi praticamente ou propositadamente ignorada pela ‘grande’ imprensa. Num país europeu, católico, que vivia sobre a pressão das mudanças desencadeadas pela Grande Guerra e a emergência e propagação de novas ideologias e regimes (comunismos, fascismos), tempo de ‘crises’ diversas, não seria prudente dar realce a um poeta que cantava, em tom confessional, a beleza masculina e o amor homossexual. Assim, o escândalo moral alimentado por conversas de café acabou por se diluir na «escandaleira política» daqueles tempos.
Mas dois anos depois, 1922, quando saiu a 2.ª edição, sob a chancela da jovem editora Olisipo fundada por Fernando Pessoa, os comentários em surdina deram lugar ao ativismo, sobretudo por parte das forças católicas mais conservadoras, com manifestações nas ruas, distribuição de manifestos, reuniões com as autoridades para exigir a reposição da ordem e a moralização da vida pública. Este autodesignado movimento de «higienização moral» foi protagonizado pelos estudantes das escolas superiores de Lisboa e essa é, talvez, a sua faceta mais inusitada.
António Botto nasceu em 1897 no concelho de Abrantes, em meio proletário, e ainda em criança foi viver para Lisboa. Em 1921, ano em que é publicada a primeira edição de Canções, com prefácio de Teixeira de Pascoaes, obra inovadora na lírica portuguesa e que na época causou grande polémica pelo seu teor explicitamente homossexual. Além de poeta, Botto foi também contista e dramaturgo. Os seus contos infantis foram traduzidos para inglês (1935) e irlandês (1941), e parte da sua obra poética foi traduzida por Fernando Pessoa com o título Songs, em 1948. Pessoa foi também seu editor e defensor crítico, tendo o ensaio «António Botto e o Ideal Estético em Portugal» (Contemporânea, 1922) influenciado fortemente a receção crítica da sua poesia. Ostracizado em Portugal, Botto radicou-se no Brasil em 1947, onde passou tempos muito difíceis, vindo a morrer de atropelamento no Rio de Janeiro, em 1959.
Modernismo - Raul Leal - Orfeu - Judith Teixeira - Homoerotismo - Literatura de Sodoma
Canções
2.ª Edição
1922
Editora Olisipo - Editora de Fernando Pessoa
Bonita encadernação; conserva as capas de brochura originais;
Dedicatória do autor
CANÇÕES
António Botto
A primeira edição das Canções do poeta António Botto, em 1920, pela Imprensa Libânio da Silva, foi praticamente ou propositadamente ignorada pela ‘grande’ imprensa. Num país europeu, católico, que vivia sobre a pressão das mudanças desencadeadas pela Grande Guerra e a emergência e propagação de novas ideologias e regimes (comunismos, fascismos), tempo de ‘crises’ diversas, não seria prudente dar realce a um poeta que cantava, em tom confessional, a beleza masculina e o amor homossexual. Assim, o escândalo moral alimentado por conversas de café acabou por se diluir na «escandaleira política» daqueles tempos.
Mas dois anos depois, 1922, quando saiu a 2.ª edição, sob a chancela da jovem editora Olisipo fundada por Fernando Pessoa, os comentários em surdina deram lugar ao ativismo, sobretudo por parte das forças católicas mais conservadoras, com manifestações nas ruas, distribuição de manifestos, reuniões com as autoridades para exigir a reposição da ordem e a moralização da vida pública. Este autodesignado movimento de «higienização moral» foi protagonizado pelos estudantes das escolas superiores de Lisboa e essa é, talvez, a sua faceta mais inusitada.
António Botto nasceu em 1897 no concelho de Abrantes, em meio proletário, e ainda em criança foi viver para Lisboa. Em 1921, ano em que é publicada a primeira edição de Canções, com prefácio de Teixeira de Pascoaes, obra inovadora na lírica portuguesa e que na época causou grande polémica pelo seu teor explicitamente homossexual. Além de poeta, Botto foi também contista e dramaturgo. Os seus contos infantis foram traduzidos para inglês (1935) e irlandês (1941), e parte da sua obra poética foi traduzida por Fernando Pessoa com o título Songs, em 1948. Pessoa foi também seu editor e defensor crítico, tendo o ensaio «António Botto e o Ideal Estético em Portugal» (Contemporânea, 1922) influenciado fortemente a receção crítica da sua poesia. Ostracizado em Portugal, Botto radicou-se no Brasil em 1947, onde passou tempos muito difíceis, vindo a morrer de atropelamento no Rio de Janeiro, em 1959.
Modernismo - Raul Leal - Orfeu - Judith Teixeira - Homoerotismo - Literatura de Sodoma
ID: 650540076
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Publicado 16 de abril de 2024
António Botto - Canções - 2.ª Edição - 1922 - Fernando Pessoa
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