Uma Vida à Espera – A História de Benedita

Quando cheguei ao abrigo, era jovem e cheia de esperança. Corria para a frente do meu canil sempre que alguém passava, abanando a cauda e sonhando que aquele seria o meu dia. A vida parecia cheia de possibilidades e eu acreditava que logo encontraria um lar.

Mas os anos passaram, e cada vez mais vi cães chegarem e partirem enquanto eu ficava. Aos poucos, a esperança foi se esvaindo, e a rotina do abrigo tornou-se tudo o que eu conhecia. Agora, com 13 anos de abrigo, já não corro mais para a frente do meu canil, e os meus olhos já não brilham como antes.

Ainda sonho com um lar. Imagino o que seria sentir o calor de uma cama macia, o carinho de uma mão humana, o aconchego de uma família. Mas ao longo dos anos, aprendi a aceitar que talvez nunca experimente isso.

Agora, pergunto-me se alguém me escolheria. Já não sou uma cadela jovem, cheia de energia, mas uma cadela velha à espera de um último gesto de amor. Se pudesse pedir algo, seria simplesmente saber o que é se pudesse pedir algo, seria simplesmente saber o que é ser amada, mesmo que por um breve momento.

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Encontra-se numa associação em Marco de Canaveses a cerca de 40 minutos do Porto, Animarco Associação.
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