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Tipo: Portugal
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Descrição
CONFISSÕES POLÍTICAS DA SAÚDE
António Correia de Campos
Edição: Oficina do Livro
ISBN:972. 857. 9934
Páginas:211
Dimensões: 230x150 mm
Peso: 331
Exemplar como novo
PREÇO: 9.00€
PORTES DE ENVIO PARA PORTUGAL INCLUÍDOS, em Correio Normal/Editorial, válido enquanto esta modalidade for acessível a particulares.
Envio em Correio Registado acresce a taxa em vigor.
O MANIFESTO DE GUAYAQUIL
Dois de Maio de 2001. A quatro dias do terrível Congresso do PS, o tal das unanimidades e linchamento públicos, que teve lugar a 5 e 6 de Maio, reunimos ao fim da tarde, Joaquim Silva Pinto, João Cravinho e eu próprio, por iniciativa do primeiro. São proverbiais, o instinto e a energia política de Joaquim Silva Pinto. Ele sabia que se preparava, sem qualquer ânimo novo, o mais deprimente dos últimos congressos do PS. Ninguém se atrevia a contestar a liderança, mas todos sentiam que a liderança se esvaía e pior que isso, também se perdiam a energia e a combatividade. O Congresso foi um dos piores momentos de sempre do PS, nos últimos anos: pelas listas monstruosas para os órgãos dirigentes, pelo quase completo unanimismo, só quebrado pela rebeldia de Helena Roseta acerca da retoma do tema da despenalização da interrupção voluntária da gravidez; pelo vazio de discussão políti-ca; pelo falhanço mediático do gesto de carinho de António Guterres a sua Mulher; pela estalinista tentativa de destruição política dos dois corajosos socialistas, os únicos que então se atreveram a criticar a liderança e a linha política. Os momentos mais deprimentes foram, sem dúvida, os inacreditáveis discursos de ataque pessoal a Henrique Neto, perpetrado por Miguel Coelho e a Manuel Carrilho por José Junqueiro. Momentos para esquecer.
A reunião de 2 de Maio fora apenas de diagnóstico, inconclusiva e expectante. Quem éramos nós? Três socialistas reunidos por razões de amizade e companheirismo passados, a contemporaneidade e amizade escolares de Silva Pinto e Cravinho, a presença activa no MASP de todos nós e agora o desconsolo com o rumo que as coisas estavam a tomar. A magnitude do problema político era já visível, só ainda se não conhecia a dimensão do descontrolo da receita orçamental. Sabíamos que alguém teria de fazer alguma coisa em algum momento próximo, mas não se sabia quem, nem como, nem quando. Quando muito era-nos reservado o papel de actores iniciais, totalmente disponíveis para ficarmos pelo caminho ou para sermos ultrapassados, se fosse caso disso. A reunião seria inconclusiva, pois não se sabia ainda o que viria a acontecer no Congresso. Reunimos de novo a 8 de Maio, para carpir mágoas e lamber feridas. O choque provocado pelo deprimente congresso era tamanho que não sabíamos como recuperar. Silva Pinto iria sair para um país da América do Sul e por isso só voltaríamos a reunir daí a duas semanas, em 23 de Maio, tendo-se desde logo combinado alargar o grupo a mais duas pessoas, Joaquim Mestre e uma mulher, amiga comum, que não chegou a ser contactada. A reunião de 23 falhou pela coincidência de dia e hora com o lançamento de um livro de Vítor Ramalho, deputado do PS e amigo de todos nós.
Nova reunião a 29 de Maio, já com Joaquim Mestre. Silva Pinto apresentou então o «Manifesto de Guayaquil». O nome vem da cidade onde, durante uma insónia de fusos horários, Joaquim se entreteve a alinhar ideias que foram instrumentais como ponto de partida do debate. Finalmente, tínhamos algo por onde começar. A reunião foi por isso mais proveitosa e muitas foram as sugestões expostas. Vendo em mim o mais novo do grupo, Silva Pinto sugeriu, com agrado geral, excepto meu, que eu pegasse no texto inicial e o refizesse de acordo com as linhas de discussão.
Foi o que fiz para a reunião seguinte, a 7 de Junho. Depurado o novo texto, surge o documento que se segue e que, por homenagem ao esforço inicial de Silva Pinto, resolvemos jocosamente crismar como o Manifesto de Guayaquil.
António Correia de Campos
Edição: Oficina do Livro
ISBN:972. 857. 9934
Páginas:211
Dimensões: 230x150 mm
Peso: 331
Exemplar como novo
PREÇO: 9.00€
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O MANIFESTO DE GUAYAQUIL
Dois de Maio de 2001. A quatro dias do terrível Congresso do PS, o tal das unanimidades e linchamento públicos, que teve lugar a 5 e 6 de Maio, reunimos ao fim da tarde, Joaquim Silva Pinto, João Cravinho e eu próprio, por iniciativa do primeiro. São proverbiais, o instinto e a energia política de Joaquim Silva Pinto. Ele sabia que se preparava, sem qualquer ânimo novo, o mais deprimente dos últimos congressos do PS. Ninguém se atrevia a contestar a liderança, mas todos sentiam que a liderança se esvaía e pior que isso, também se perdiam a energia e a combatividade. O Congresso foi um dos piores momentos de sempre do PS, nos últimos anos: pelas listas monstruosas para os órgãos dirigentes, pelo quase completo unanimismo, só quebrado pela rebeldia de Helena Roseta acerca da retoma do tema da despenalização da interrupção voluntária da gravidez; pelo vazio de discussão políti-ca; pelo falhanço mediático do gesto de carinho de António Guterres a sua Mulher; pela estalinista tentativa de destruição política dos dois corajosos socialistas, os únicos que então se atreveram a criticar a liderança e a linha política. Os momentos mais deprimentes foram, sem dúvida, os inacreditáveis discursos de ataque pessoal a Henrique Neto, perpetrado por Miguel Coelho e a Manuel Carrilho por José Junqueiro. Momentos para esquecer.
A reunião de 2 de Maio fora apenas de diagnóstico, inconclusiva e expectante. Quem éramos nós? Três socialistas reunidos por razões de amizade e companheirismo passados, a contemporaneidade e amizade escolares de Silva Pinto e Cravinho, a presença activa no MASP de todos nós e agora o desconsolo com o rumo que as coisas estavam a tomar. A magnitude do problema político era já visível, só ainda se não conhecia a dimensão do descontrolo da receita orçamental. Sabíamos que alguém teria de fazer alguma coisa em algum momento próximo, mas não se sabia quem, nem como, nem quando. Quando muito era-nos reservado o papel de actores iniciais, totalmente disponíveis para ficarmos pelo caminho ou para sermos ultrapassados, se fosse caso disso. A reunião seria inconclusiva, pois não se sabia ainda o que viria a acontecer no Congresso. Reunimos de novo a 8 de Maio, para carpir mágoas e lamber feridas. O choque provocado pelo deprimente congresso era tamanho que não sabíamos como recuperar. Silva Pinto iria sair para um país da América do Sul e por isso só voltaríamos a reunir daí a duas semanas, em 23 de Maio, tendo-se desde logo combinado alargar o grupo a mais duas pessoas, Joaquim Mestre e uma mulher, amiga comum, que não chegou a ser contactada. A reunião de 23 falhou pela coincidência de dia e hora com o lançamento de um livro de Vítor Ramalho, deputado do PS e amigo de todos nós.
Nova reunião a 29 de Maio, já com Joaquim Mestre. Silva Pinto apresentou então o «Manifesto de Guayaquil». O nome vem da cidade onde, durante uma insónia de fusos horários, Joaquim se entreteve a alinhar ideias que foram instrumentais como ponto de partida do debate. Finalmente, tínhamos algo por onde começar. A reunião foi por isso mais proveitosa e muitas foram as sugestões expostas. Vendo em mim o mais novo do grupo, Silva Pinto sugeriu, com agrado geral, excepto meu, que eu pegasse no texto inicial e o refizesse de acordo com as linhas de discussão.
Foi o que fiz para a reunião seguinte, a 7 de Junho. Depurado o novo texto, surge o documento que se segue e que, por homenagem ao esforço inicial de Silva Pinto, resolvemos jocosamente crismar como o Manifesto de Guayaquil.
ID: 666575880
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Publicado 07 de novembro de 2025
Confissões políticas da saúde – António Correia de Campos
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