Profissional
Descrição
“ A tinta «TRÊS MOSCAS» não é apenas uma maravilha comercial portuguesa – é um clássico internacional criminosamente desconhecido. Nenhuma tinta, em tempo ou país algum, teve um nome tão bem achado ou uma embalagem tão importante no desenvolvimento mundial do Movimento Surrealista.
A tinta «Três Moscas», triplamente mosquídea, não se apresentava apenas na versão negra. Aliás, no culto desta mais estilosa de todas as tintas estilográficas, as versões verde, azul e vermelha são as mais raras e procuradas. Se pensarmos bem, verificamos que também são cor de mosca.
Hoje em dia, as tintas raramente adoptam os bons nomes dos insectos. Algumas optam por bichos voadores bastante mais snobs e hierarquicamente avançados (“Pelikan” ou o nacional “Cisne”), outros pela secura dos apelidos humanos (“Parker”, “Sheaffer”, “Waterman”). Infelizmente não há uma tinta “Escaravelho” – quanto mais o luxo de logo “Três Escaravelhos” . As três excelentes moscas da firma Mendes Pereira F.º Lda, terão de nos bastar. Nenhuma delas é Tsé-Tsé, nenhuma delas é Varejeira, e nenhuma delas é Moscardo.
Não causa, por isso, nenhum espanto que a tinta “Três Moscas” tenha sido premiada em Paris (1900), em St. Louis (1904), no Rio de Janeiro (1908 e 1920), em Lisboa (1915), no Porto (1926) e, apogeu dos apogeus, no Estoril em 1929.
Resta agradecer à pessoa anónima que revelou ao mundo a sobrevivência desta grande tinta: muito obrigado.”
Miguel Esteves Cardoso, A Causa das Coisas
A tinta «Três Moscas», triplamente mosquídea, não se apresentava apenas na versão negra. Aliás, no culto desta mais estilosa de todas as tintas estilográficas, as versões verde, azul e vermelha são as mais raras e procuradas. Se pensarmos bem, verificamos que também são cor de mosca.
Hoje em dia, as tintas raramente adoptam os bons nomes dos insectos. Algumas optam por bichos voadores bastante mais snobs e hierarquicamente avançados (“Pelikan” ou o nacional “Cisne”), outros pela secura dos apelidos humanos (“Parker”, “Sheaffer”, “Waterman”). Infelizmente não há uma tinta “Escaravelho” – quanto mais o luxo de logo “Três Escaravelhos” . As três excelentes moscas da firma Mendes Pereira F.º Lda, terão de nos bastar. Nenhuma delas é Tsé-Tsé, nenhuma delas é Varejeira, e nenhuma delas é Moscardo.
Não causa, por isso, nenhum espanto que a tinta “Três Moscas” tenha sido premiada em Paris (1900), em St. Louis (1904), no Rio de Janeiro (1908 e 1920), em Lisboa (1915), no Porto (1926) e, apogeu dos apogeus, no Estoril em 1929.
Resta agradecer à pessoa anónima que revelou ao mundo a sobrevivência desta grande tinta: muito obrigado.”
Miguel Esteves Cardoso, A Causa das Coisas
ID: 624530947
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Publicado 26 de abril de 2024
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