Profissional
Descrição
"África de Sangue, do Oiro e da Morte"
de Norberto Gonzaga
1ª Edição de 1942
Edições Universo
256 Páginas
Do texto introdutório do jornalista lisboeta radicado em Nova Lisboa (Angola) Norberto Gonzaga, cuja participação na resistência anticolonial o levara então ao exílio no Congo belga:
No que diz respeito directamente à Bélgica, esse pequeno e admirável país, ao Congo detalhou, como natural, uma vida de crescente e pujante prosperidade. Uma organização metodizada se alicerçou no começo da ocupação económica. A instituição nova adiantou, porém, o relógio do tempo, olvidando a insignificante ou mesmo nula preparação do meio, sem ambiente e escassas exigências. Investiram-se capitais em grandes companhias, demandou-se uma protecção, nem sempre a mais compatível, norteando a sua bússola pelas intercorrências em jogo – e à economia de um povo se arrancou o oiro, transformando-o em papéis de crédito. Deslumbrou-se o mundo com um grande e aparatoso comércio de galas e cintilações. Subiram os papéis, os tais de crédito, e o delírio galvanizou as massas.
Mas foi-se além ainda: impunha-se. Parar seria morrer. E assim se provocou uma produção rasgada, descomedida, evoluindo na órbita de uma indústria, de um comércio, de uma agricultura, sectores activos que inesperadamente, artificiosamente, passaram a satisfazer o luxo de um Ultramar até ali quieto e ponderado. E atulharam-se de artefactos, quinquilharias, bagatelas, os ventres dos navios. Do Congo viria em contra-partida, pensava-se na Bélgica e pensava-se na colónia, o produto compensador: o café, o algodão, as oleaginosas, o marfim, o oiro e os diamantes.
¡Que dèbâcle tremenda se verificaria depois, com a baixa de cotação dos géneros coloniais!
Riram a bom rir, esfregaram as mãos, os argentários do Mundo inteiro. Perpetrava-se uma loucura – a loucura da Bolsa. Era tudo artifício. Eles bem o sabiam. E a Bélgica seria mais uma vítima do pano verde.
E foi.
RARO
BOM ESTADO - PORTES GRÁTIS
de Norberto Gonzaga
1ª Edição de 1942
Edições Universo
256 Páginas
Do texto introdutório do jornalista lisboeta radicado em Nova Lisboa (Angola) Norberto Gonzaga, cuja participação na resistência anticolonial o levara então ao exílio no Congo belga:
No que diz respeito directamente à Bélgica, esse pequeno e admirável país, ao Congo detalhou, como natural, uma vida de crescente e pujante prosperidade. Uma organização metodizada se alicerçou no começo da ocupação económica. A instituição nova adiantou, porém, o relógio do tempo, olvidando a insignificante ou mesmo nula preparação do meio, sem ambiente e escassas exigências. Investiram-se capitais em grandes companhias, demandou-se uma protecção, nem sempre a mais compatível, norteando a sua bússola pelas intercorrências em jogo – e à economia de um povo se arrancou o oiro, transformando-o em papéis de crédito. Deslumbrou-se o mundo com um grande e aparatoso comércio de galas e cintilações. Subiram os papéis, os tais de crédito, e o delírio galvanizou as massas.
Mas foi-se além ainda: impunha-se. Parar seria morrer. E assim se provocou uma produção rasgada, descomedida, evoluindo na órbita de uma indústria, de um comércio, de uma agricultura, sectores activos que inesperadamente, artificiosamente, passaram a satisfazer o luxo de um Ultramar até ali quieto e ponderado. E atulharam-se de artefactos, quinquilharias, bagatelas, os ventres dos navios. Do Congo viria em contra-partida, pensava-se na Bélgica e pensava-se na colónia, o produto compensador: o café, o algodão, as oleaginosas, o marfim, o oiro e os diamantes.
¡Que dèbâcle tremenda se verificaria depois, com a baixa de cotação dos géneros coloniais!
Riram a bom rir, esfregaram as mãos, os argentários do Mundo inteiro. Perpetrava-se uma loucura – a loucura da Bolsa. Era tudo artifício. Eles bem o sabiam. E a Bélgica seria mais uma vítima do pano verde.
E foi.
RARO
BOM ESTADO - PORTES GRÁTIS
ID: 590858072
Contactar anunciante
xxx xxx xxx
Publicado 25 de abril de 2024
"África de Sangue, do Oiro e da Morte" de Norberto Gonzaga 1ª Ed 1942
10 €
Utilizador
Localização