Tríptico de Gravuras Originais de 1817 "O Episódio de Inês de Castro"
Parte da Rara e Monumental Edição de Os Lusíadas do Morgado de Mateus
Descrição:
Este conjunto exclusivo é composto por três gravuras originais em metal, datadas de 1817, que retratam um dos mais dramáticos e célebres episódios da epopeia nacional, Os Lusíadas, de Luís de Camões: a trágica história de Inês de Castro. As gravuras fazem parte da monumental edição de luxo conhecida como a "Edição do Morgado de Mateus", uma das mais importantes e valorizadas publicações da obra de Camões.
As gravuras, legendadas em português e francês, representam três momentos cruciais do Canto III da obra:
1. "CASAMENTO CLANDESTINO" (Mariage Secret): Ilustra o casamento secreto de D. Pedro I com Inês de Castro, um ato de amor proibido que desencadeou a tragédia.
2. "MORTE D'INEZ E SUPREZA DO PRINCIPE" (Mort d'Inges et Surprise du Prince): Captura o momento do assassinato de Inês a mando do rei D. Afonso IV e a subsequente dor e desespero de D. Pedro.
3. "DESPEDIDA" (Les Adieux): Uma cena de grande intensidade dramática que parece retratar o momento de desolação de D. Pedro após a tragédia.
Contexto Histórico e Editorial:
Estas gravuras são o coração da rara edição de Os Lusíadas de 1817, patrocinada por José Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1758 e 1825), o 5º Morgado de Mateus. Um erudito e bibliófilo apaixonado, o Morgado de Mateus residiu em Paris e dedicou-se a produzir uma edição crítica e artisticamente superior da obra de Camões. A sua visão resultou numa publicação de luxo, com texto revisto e ilustrações encomendadas a artistas franceses de renome.
Artistas Envolvidos:
As gravuras são o resultado de uma colaboração artística franco-portuguesa, evidente nas suas assinaturas:
• Charles-Auguste Chasselat (1782 e 1862): Assinado como "Chasselat del." (delineavit), este pintor e ilustrador francês foi o responsável pelo desenho original das cenas. A sua maestria no traço e no drama pode ser apreciada na composição e nas expressões das figuras.
• Duthé: Assinado como "Duthé sculp." (sculpsit), este gravador foi o artesão que transferiu os desenhos de Chasselat para as placas de metal, com um traço minucioso de buril ou água-forte.
Estado e Valor:
Embora as gravuras apresentem o desgaste natural do tempo, incluindo amarelamento, manchas e sinais de manuseamento, o seu valor histórico e artístico permanece inestimável. A sua condição atesta a sua autenticidade e a sua idade, tornando-as um testemunho físico da história editorial portuguesa e francesa do século XIX.
A raridade de encontrar estas gravuras como um conjunto completo as torna uma peça de coleção de grande interesse. Este é um item único para qualquer biblioteca ou acervo pessoal, perfeito para colecionadores de Os Lusíadas, entusiastas da gravura e admiradores da história de Portugal