HITLER
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Haverá algum elo de ligação entre a sociedade, a ideologia e a cultura política da Alemanha, e a personalidade do homem que a dirigiu entre 1933 e 1945? As inúmeras obras publicadas que abordam o III Reich e a guerra não nos fornecem dados suficientes para podermos responder a esta questão fundamental. É seguindo-o a par e passo, desde a sua infância na Áustria até ao bunker em que se instalava na chancelaria, que podemos apreender até que ponto Hitler terá sido um produto das convulsões e das frustrações da História austro-alemã, da História de um povo com problemas de integração; sem isso, este representante por excelência daquilo a que Hannah Arendt apelidava a banalização do mal jamais teria conseguido guindar-se a cabeça da nação e, por sua vez, a marcar com o seu cunho pessoal a sociedade e a cultura do III Reich. Ao carácter polimorfo deste homem correspondia uma ideologia compósita, um Estado compartimentado, um povo atomizado Elementos estruturais, funcionais, ideológicos e pessoais formam, com efeito um todo indissociável. Levada ao paroxismo, a ideologia germânica provocou um cataclismo como a História jamais conhecera. O nome de Hitler ficará, para sempre, associado ao da Alemanha, para nos recordar aquilo que o Homem é capaz de fazer ao seu semelhante.