Editorial Presença (1961) - Coleção Presença Nº 2 (Teatro)
KEAN por Alexandre Dumas - Adaptação de Jean-Paul Sartre
Tradução de Fernando Simões
Capa de Alves Martins
197 páginas

O teatro como tema teatral fascinou dramaturgos de Shakespeare a Bulgakov, vejam-se exemplos como - The Dresser, de Ronald Harwood, e The Actor's Nightmare, de Christopher Durang. Mas nunca houve uma peça de bastidores no mesmo nível de Kean. Uma colaboração que atravessa séculos entre dois eminentes autores franceses, Alexandre Dumas e Jean-Paul Sartre, Kean é um romance impregnado de pintura facial e uma dissertação filosófica sobre a arte do artifício. Kean é uma charada maravilhosa que transborda a vida do teatro.

Baseado vagamente na vida real, o personagem-título é um fingidor do mais alto nível, como Sartre o descreveu, o ator que nunca para de atuar. A sua vida privada é uma performance pública, uma tragicomédia sobre um homem com um apetite insaciável por aventuras românticas, um ego tão grande quanto um palco e uma incapacidade de se salvar do perigo.

O Kean de Dumas foi apresentado pela primeira vez em Paris, apenas três anos após a morte do famoso ator, e depois foi reinventado por Sartre em 1951. Grande parte da peça trata do ator como cidadão de segunda classe, um cidadão de segunda classe. palhaço, sujeito ao capricho da aristocracia. A opinião de Sartre era de que um ator não deveria tanto tentar ser Kean, mas sim atualizar o papel com aspectos de si mesmo.

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