10 euros Já com portes. Anos 70. Dezenas de páginas de informação. Capa Dura

«Tira lentamente o sabre da bainha; o aço azul cintila com um brilho pesado. Envolve depois a lâmina com uma fita branca de modo a deixar livres, na ponta, cinco polegadas de aço…»
«O seu grito agudo quebra subitamente o silêncio do aposento…»
Foi assim que, em 25 de Novembro de 1970, às 10 h. 30 m. da manhã, no quartel-general das forças de autodefesa japonesas, em pleno coração de Tóquio, o escritor Mishima Yukio se suicidou segundo o rito ancestral.
Este seppuku, vindo da noite dos tempos e lançado ao rosto da nação nipónica e do mundo inteiro, pretende afirmar que o espírito do Bushidô não morreu. A morte voluntária de um herói testemunha sobre uma vida tão fugaz e tão eterna como a das flores de cerejeira.
O sangue vertido suspende o tempo. Revive então o Japão medieval, com os seus camponeses-soldados e os seus monges-guerreiros.
Das ruínas do mundo feudal surge depois um exército moderno. Iluminado pelo culto do imperador-deus, acredita que o mundo lhe pertence e escolhe por bandeira o próprio símbolo do Sol.
A derrota, porém, segue-se às vitórias e os Kamikaze renovam a gesta dos Samurais. Aviadores prometidos à morte inelutável e voluntária, são quase crianças, mas herdaram o mais precioso dos saber-viver: o saber morrer.