Particular
Tipo: Pintura
Descrição
Marlene Dumas - Contra o Muro.
Catálogo de Exposição.
Serralves; Porto. 2010. Capa mole. Profusamente Ilustrado. 99 páginas.
Portes a cargo do comprador. Não envio à cobrança. Não me responsabilizo caso não vá registado.
sinopse:
Catálogo da exposição comissariada por Ulrich Loock exibe as pinturas mostradas pela primeira vez em Nova Iorque, na Galeria de David Zwirner, em 2010, seguindo depois para Serralves para ser inaugurada em Julho. A primeira imagem que me evocava o nome de Marlene Dumas (1953, Cidade do Cabo) era uma série de rostos povoados por cores a gouache. Algo inquietante sobressaía desses retratos, cujas fisionomias eram acentuadas pelas cores utilizadas. A cor da pele deixava de ser natural mas na sua irrealidade de azul, laranja ou rosa fucsia tornava visível a identidade de cada um dos personagens de forma emocional. Marlene Dumas colecciona imagens da realidade, reportagens fotográficas, recortes que transforma nas suas pinturas com a força de várias camadas de ficções e cultura, que absorve da pintura italiana de Caravaggio, do cinema de Bergman ou dos livros de Céline. Na série “Contra o Muro”, que é o núcleo principal desta exposição, faz referência ao “muro”, chamado de segurança, que divide Palestianos de Israelitas na Cisjordânia.
Os muros são a forma arquitectónica mais básica que o homem utiliza, desde a pré-história, para separar algo, da terra aos caminhos. Numa cidade, os muros que dividem uma zona de outra, separam olhares, e a propriedade que temos de nos ver uns aos outros como grupo de indivíduos. Colocar alguém contra o muro é a forma mais básica de submissão do outro. Um destes dias voltando a casa, vejo uma dezena de jovens adolescentes negros e de origem árabe, com as mãos no ar, voltados contra o muro de um edifício que fica ao lado de minha casa, em Paris. Os polícias mantêm-nos nesta posição, numa espécie de rusga. Com que impunidade colocamos, mesmo dentro duma velha democracia como a francesa, no centro da sua capital, jovens indivíduos contra o muro?
Mais além deste muro real, com pessoas a serem revistadas pelo exército, encontramos figuras que fazem eco aos símbolos da humanidade: uma criança que acena (“Child Waving”, 2010), um homem ajoelhado (“Living on your knees”, 2010), uma mãe que chora um filho no cemitério (“The Mother”, 2009). O nosso olhar retorna, após cada perspectiva individual, aos muros presentes no muro do Museu: homens contra o Muro altifalante desta série (“Wall Weeping”, 2009) ou grandes blocos de pedra (“Mindblocks”, 2009) que nos trazem o presente da história, que se é intemporal na arte, é igualmente contemporânea nesta série de trabalhos que nos mostram um hoje e um agora no estado de guerra latente entre os homens
Catálogo de Exposição.
Serralves; Porto. 2010. Capa mole. Profusamente Ilustrado. 99 páginas.
Portes a cargo do comprador. Não envio à cobrança. Não me responsabilizo caso não vá registado.
sinopse:
Catálogo da exposição comissariada por Ulrich Loock exibe as pinturas mostradas pela primeira vez em Nova Iorque, na Galeria de David Zwirner, em 2010, seguindo depois para Serralves para ser inaugurada em Julho. A primeira imagem que me evocava o nome de Marlene Dumas (1953, Cidade do Cabo) era uma série de rostos povoados por cores a gouache. Algo inquietante sobressaía desses retratos, cujas fisionomias eram acentuadas pelas cores utilizadas. A cor da pele deixava de ser natural mas na sua irrealidade de azul, laranja ou rosa fucsia tornava visível a identidade de cada um dos personagens de forma emocional. Marlene Dumas colecciona imagens da realidade, reportagens fotográficas, recortes que transforma nas suas pinturas com a força de várias camadas de ficções e cultura, que absorve da pintura italiana de Caravaggio, do cinema de Bergman ou dos livros de Céline. Na série “Contra o Muro”, que é o núcleo principal desta exposição, faz referência ao “muro”, chamado de segurança, que divide Palestianos de Israelitas na Cisjordânia.
Os muros são a forma arquitectónica mais básica que o homem utiliza, desde a pré-história, para separar algo, da terra aos caminhos. Numa cidade, os muros que dividem uma zona de outra, separam olhares, e a propriedade que temos de nos ver uns aos outros como grupo de indivíduos. Colocar alguém contra o muro é a forma mais básica de submissão do outro. Um destes dias voltando a casa, vejo uma dezena de jovens adolescentes negros e de origem árabe, com as mãos no ar, voltados contra o muro de um edifício que fica ao lado de minha casa, em Paris. Os polícias mantêm-nos nesta posição, numa espécie de rusga. Com que impunidade colocamos, mesmo dentro duma velha democracia como a francesa, no centro da sua capital, jovens indivíduos contra o muro?
Mais além deste muro real, com pessoas a serem revistadas pelo exército, encontramos figuras que fazem eco aos símbolos da humanidade: uma criança que acena (“Child Waving”, 2010), um homem ajoelhado (“Living on your knees”, 2010), uma mãe que chora um filho no cemitério (“The Mother”, 2009). O nosso olhar retorna, após cada perspectiva individual, aos muros presentes no muro do Museu: homens contra o Muro altifalante desta série (“Wall Weeping”, 2009) ou grandes blocos de pedra (“Mindblocks”, 2009) que nos trazem o presente da história, que se é intemporal na arte, é igualmente contemporânea nesta série de trabalhos que nos mostram um hoje e um agora no estado de guerra latente entre os homens
ID: 662808350
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Publicado 20 de outubro de 2025
Marlene Dumas- Contra o Muro [Exposição Serralves] Israel/Gaza
15 €
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