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Descrição
Max Jacob - O Copo dos Dados
Edição Estampa de 1974
Tradução de Luiza Neto Jorge
«Tudo o que existe está situado.» Frase inicial do muito clássico Prefácio que em 1916 Max Jacob escrevia para O Copo dos Dados, livro de título ambíguo que evoca, sob a forma bem delimitada de um objecto de natureza morta, o acaso sem limites, esse acaso que é uma palavra derivada de um termo árabe que designa certo jogo de dados, de modo que o axioma de Mallarmé — no qual não devemos excluir que Max Jacob tenha pensado — poderia ser lido assim: Um lance de dados não abolirá nunca o jogo dos dados. Copo, que não deixa de nos fazer lembrar o copo do ilusionista. Dados, que poderiam figurar num quadro cubista da época principal e que tradicionalmente fazem parte dos objectos da Paixão, pois foi por meio de dados que os soldados romanos sortearam entre si a túnica de Cristo.
Tomar à letra Max Jacob e tentar situá-lo, a ele que é um clássico, pelo seu domínio da língua, pela limpidez do seu estilo e a preocupação raramente desmentida de organizar o texto em uma composição clara, embora romântica pelo barroco de uma invenção que vai do mais grave ao mais burlesco, do apelo frequente à experiência vivida (ao menos numa segunda vida de sonhos ou de devaneios), da profundidade visceral do sentimento, da abertura sem reticências às grandes confissões, situar este homem de tão inúmeras facetas, mas em que o cuidado artístico, os apaixonados abandonos e o desejo primordial de vida verdadeira nos aparecem fundidos numa assombrosa unidade, é uma tarefa espinhosa para o ensaísta, seja ele quem for, e principalmente, é claro, para aquele que dispõe apenas de algumas poucas páginas. Mas não há dúvida de que se terá dado um primeiro passo se se compreender o que é o poema em prosa de Max Jacob, de que O Copo de Dados é a mais típica ilustração ao mesmo tempo que seu manifesto...
Michel Leiris
Edição Estampa de 1974
Tradução de Luiza Neto Jorge
«Tudo o que existe está situado.» Frase inicial do muito clássico Prefácio que em 1916 Max Jacob escrevia para O Copo dos Dados, livro de título ambíguo que evoca, sob a forma bem delimitada de um objecto de natureza morta, o acaso sem limites, esse acaso que é uma palavra derivada de um termo árabe que designa certo jogo de dados, de modo que o axioma de Mallarmé — no qual não devemos excluir que Max Jacob tenha pensado — poderia ser lido assim: Um lance de dados não abolirá nunca o jogo dos dados. Copo, que não deixa de nos fazer lembrar o copo do ilusionista. Dados, que poderiam figurar num quadro cubista da época principal e que tradicionalmente fazem parte dos objectos da Paixão, pois foi por meio de dados que os soldados romanos sortearam entre si a túnica de Cristo.
Tomar à letra Max Jacob e tentar situá-lo, a ele que é um clássico, pelo seu domínio da língua, pela limpidez do seu estilo e a preocupação raramente desmentida de organizar o texto em uma composição clara, embora romântica pelo barroco de uma invenção que vai do mais grave ao mais burlesco, do apelo frequente à experiência vivida (ao menos numa segunda vida de sonhos ou de devaneios), da profundidade visceral do sentimento, da abertura sem reticências às grandes confissões, situar este homem de tão inúmeras facetas, mas em que o cuidado artístico, os apaixonados abandonos e o desejo primordial de vida verdadeira nos aparecem fundidos numa assombrosa unidade, é uma tarefa espinhosa para o ensaísta, seja ele quem for, e principalmente, é claro, para aquele que dispõe apenas de algumas poucas páginas. Mas não há dúvida de que se terá dado um primeiro passo se se compreender o que é o poema em prosa de Max Jacob, de que O Copo de Dados é a mais típica ilustração ao mesmo tempo que seu manifesto...
Michel Leiris
ID: 623224179
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Publicado 26 de abril de 2025
Max Jacob - O Copo dos Dados
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