Sinopse

"Nem sempre «com bons sentimentos se faz má literatura...».. Eis a história de uma família contada à maneira das romancistas inglesas.
As personagens são criaturas verdadeiras, e o TEempo desenrola-se como uma grande vaga, lenta e natural.
QUando a narrativa se faz na primeira pessoa, geralmente o narrador está ali, para se queixar. Dos outros, de si, da vida.
Neste romance, porém, embora os sucessos sejam de qualquer história realista - nascimentos, mortes, amor, traição, a narradora «não se queixa». Olha o mundo com tanto amor que, sem o transfigurar, nos oferece uma sua face amena, «amável», que não deixa de ser real. Este um dos aspectos mais importante da presente obra, um primeiro livro, cujo estilo desgostará, talvez, os puristas, mas cujo conteúdo é indubitávelmente Vida. Angela Sarmento é o contrário do escritor «engagé». O seu fôlego, todavia, a fluência e a facilidade com que nos mostra o dia a dia deste agregado familiar, do qual comparticipamos, explicam-na e justificam-na. E se, por um lado, se pode lastimar que não testemunhe e não denuncie as chagas e os problemas sociais, por outro pode recordar-se a frase de Tchekov: «... quando escolho narrar um roubo e descrever uns ladrões de cavalos, não tenho que os julgar, isso é com o juiz da comarca. - Só tenho que relatar como as coisas se passaram...».
E nesta história as coisas passaram-se assim...»