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Descritivo:

"Andei com uma fotografia da minha mulher no bolso durante toda a guerra. Levem as pessoas de quem gostam convosco para onde quer que vão, mesmo que já não estejam entre nós. O amor é para sempre."*
Durante mais de cem anos, Benjamin Ferencz desafiou o destino.
Emigrante judeu, cresceu num dos mais violentos bairros de Nova Iorque. Muito baixo, constante vítima de bullying, entrou para a escola aos oito anos. Mas recuperou o tempo perdido, conquistou uma bolsa para Harvard, saiu de lá advogado - tinha um metro e meio de altura.
Voluntariou-se para combater na Segunda Guerra Mundial, desembarcou na Normandia, ganhou várias medalhas.
Participou na libertação dos campos de concentração e desenterrou cadáveres com as próprias mãos, à procura de provas para incriminar os culpados. Aos 27 anos caiu-lhe sobre os ombros a enorme responsabilidade de acusar os criminosos de guerra nazis. Foi nomeado procurador principal do Tribunal de Nuremberga - que ele próprio ajudara a criar - e desde então nunca mais parou de fazer justiça. Mais tarde viria a fundar o Tribunal de Haia.
Hoje é centenário, dono de uma memória admirável e com extraordinárias lições de vida para partilhar: sobre a educação, o caminho da vida, a resistência à adversidade... e o amor.
Sobretudo o amor. Pela mulher, pelos filhos, pelo próximo, pela justiça. Ben Ferencz, que testemunhou horrores indescritíveis, nunca se deixou abater. "Quando choramos por dentro é melhor rirmos por fora, ou acabamos afogados num mar de lágrimas." Foi pois com um sorriso que se agarrou à vida, à crença de que podemos fazer sempre mais e melhor. Uma crença que o autor agora nos devolve, nestas Palavras que Tocam a Alma.