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PAÍS SEM RUMO – 
António de Spínola
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Tipo: Portugal

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Descrição

PAÍS SEM RUMO – Contributo Para a História de uma Revolução
António de Spínola
Editorial SCIRE – Lisboa
1ª Edição - Ano: 1978
Páginas: 457
Dimensões: 220x145 mm
Peso: 617

Exemplar em bom estado.

PREÇO: 12.00€
PORTES DE ENVIO PARA PORTUGAL INCLUÍDOS, em Correio Normal/Editorial, válido enquanto esta modalidade for acessível a particulares.
Envio em Correio Registado acresce a taxa em vigor.

INTRÓITO
Não é fácil escrever um livro sobre a génese e as consequências do «25 de Abril» mesmo confinando o meu testemunho ao que se passou enquanto exerci cargos de responsabilidade politica ou militar.

É um período crucial e decisivo da História de Portugal que vai desde Abril de 1961 a Setembro de 1974. Um período em que se gerou um País diferente.

O Portugal de aquém e de além-mar morreu. O Portugal da Europa está em crise. A sua existência está em perigo. Neste processo houve de tudo. Uma revolução de flores, sem sangue, animada de profundo idealismo e de esperança, mas houve também dezenas de milhares de mortos e de perseguidos políticos, a par de violências e de crimes sem nome que alguns pretendem ainda ignorar. Assistimos ao derrube de uma ditadura e sentimos o respirar ansioso da Liberdade. Mas, vimos também o espectro da ditadura mais ignominiosa e impiedosa que nem a História da Pátria respeitava.

Condenou-se uma polícia política de cujos crimes os responsáveis devem ser inexoravelmente julgados, mas permitiu-se a perseguição arbitrária por autênticos bandos de malfeitores, tantas vezes fardados, à mistura com estrangeiros da escória internacional.

Defendeu-se o combate à corrupção, mas gerou-se uma classe de corruptos a esbanjar os bens do Estado Defendeu-se uma sociedade utópica sem classes, mas criaram-se novas classes exploradoras do Povo, com regalias e benefícios impares. O esbanjamento do ouro e a destruição da economia nacional concretizaram-se. A anarquização da educação, em fase incipiente de democratização, é uma realidade. O sistema de saúde aperfeiçoou-se, mas para a exploração do homem. Aqui, como nos outros sectores da vida nacional, o socialismo morreu na incapacidade.

A «Revolução de Abril era necessária em 1974. A «Revolução de Abril continua a ser necessária hoje.

Infelizmente, os erros da primeira são irreversíveis. O crime da descolonização, em beneficio do imperialismo soviético, foi cometido. A tragédia dos portugueses que viviam construindo novas Pátrias, de onde foram expulsos e despojados, está consumada.

Como foi possível associar ideais de Liberdade e de Democracia à traição? Para mim, que servi o meu País durante toda uma vida e me identifiquei com aqueles ideais, por eles tendo lutado, escrevo este livro com amargura.

É que a ditadura de um Salazar com dimensão de estadista, mas sem visão de progresso, e a administração sem grandeza de Marcelo foram substituídas pela gestão de revoadas de medíocres sem competência. Se contribui para substituir os primeiros, nunca pensei que o País fosse dominado pelos últimos.

Escrevo este livro ainda mais amargurado porque se colocou Portugal à beira da catástrofe.

É certo que a principal responsabilidade cabe a Marcelo Caetano. Quis governar sem riscos. A sua indefinição acelerou o apodrecimento das estruturas políticas. As Forças Armadas, que eram o sustentáculo do seu poder, perderam o idealismo, e nem sequer soube dialogar com elas, apesar

de lhe terem surgido várias oportunidades, que eu próprio lhe ofereci directamente ou por intermédio de alguns dos seus colaboradores mais válidos. Obcecado pela cegueira do mando e pelo complexo do medo, tudo recusou!..

Surgiu o Movimento do «25 de Abril».

A esperança foi fugaz e a realidade dolorosa. E mais dolorosa para um soldado. É que ao ser entregue aos militares o Governo do País, após a queda do I Governo Provisório, deu-se a derrocada. E nela, as Forças Armadas foram manchadas de desonra e de cobardia. Não as minhas Forças Armadas. Não as de muitos para quem o amor à Pátria, o sentimento da honra e do dever, a lealdade, a isenção, a ombridade, a disciplina, o respeito pela História e o orgulho de vestir a farda de soldado português são virtudes sagradas de ontem, de hoje e de amanhã. São valores que nascem do Povo, na montanha e na planície, e dos que labutam na terra, no mar e no ar. São valores eternos que não podem morrer.

A estas Forças Armadas, eu presto a minha homenagem de soldado e de português. Eu sou dessas Forças Armadas. E, por isso, a minha amargura é maior.

Neste livro, que pretende ser uma análise serena, tenho de acusar sem benevolência.

Acuso os que transformaram por momentos a Instituição Militar imutável na sua essência moral e na sua consciência colectiva e intangível no prestigio das suas tradições em bandos de maltrapilhos; acuso os que deixaram violar mulheres e crianças indefesas; acuso os que participaram na rapina; acuso os que se corromperam negociando a Pátria.

E revolto-me perante a falta de dignidade dos que, deixando de usar os distintivos do Exército Português, se disfarçaram com a farda do adversário, dos que, pela violência e pela força, calaram a voz dos que queriam continuar

a ser portugueses e dos que entregaram a novos senhores, à morte ou à prisão, os seus amigos de ontem brancos. negros ou mestiços.

Acuso sem remissão os que afirmaram que a Bandeira Portuguesa era símbolo ou trapo sem valor, os que, conluiados com o inimigo, gizaram ultimatos e acordos de entrega e os que cobardemente fugiram protegendo-se apenas a si próprios.

Aos que quiseram vender Portugal e insultaram o seu Povo, desses sinto pena e dó, e vergonha por terem usado a farda das gloriosas Forças Armadas da minha Pátria.

Por último, acuso as forças políticas que, agindo na esteira da traição da esquerda militar, ajudaram a confundir e a enganar o Povo, e ainda as que, conspirando na sombra, contribuíram ardilosamente para o descalabro do País.

Fiel aos ideais democráticos que proclamei na madrugada de 26 de Abril de 1974, as análises aqui contidas são determinadas pela crítica aos que se desviaram da rota desses ideais e têm, fundamentalmente, em vista o saneamento moral da geração a que compete reconstruir o presente e projectar o futuro. Assim o impõe a defesa da honra de uma Pátria, da dignidade de um Povo e do prestigio da Instituição Militar.

Nesta linha de pensamento, entrego à reflexão dos portugueses o presente livro, escrito sem qualquer outro intuito que não o de contribuir para que o meu Pais continue a ser PORTUGAL.
ID: 666355309

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Vasco Oliveira

No OLX desde maio de 2017

Esteve online hoje às 13:10

Publicado 29 de outubro de 2025

PAÍS SEM RUMO – António de Spínola

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