Profissional
Descrição
Paulo da Costa Domingos - Carmina: 1971 a 1994
Edição Antígona de 1995
É bom notar que têm voz os doutores em nada. Uma voz sem cátedra, que assim a desconsagra.
A poesia tem a faculdade de ser conhecimento; e sendo-o, a poesia pode. Um tal poder, porém, é visionário, e a visão essa que rasga a roupa à tirania ao caos que a devastação económica religiosamente aperfeiçoa.
É num processo alquímico que a poesia devém conhecimento, pondo o ser perante a morte que hoje a produção de coisas cria; e inclusive ante esta morte que a cultura deposita na palavra. Lançando o ser ao fogo com que o saber motorizado reduz a cifrões a mente humana - sob os disfarces, na alta velocidade do esqueleto.
A artéria deste conhecimento é aqui urbana; excesso urbano, histeria carregando as baterias dos nervos e o estampido. Incha, em clamores, nos gráficos do urbanismo arraial de guerras; no seu galgar expansionista, terreno hostil já cimentado no desastre.
Ao plástico realismo da tirania de sucesso, aos anexos simulacros do humano em desarticulação de bonifrate, Paulo da Costa Domingos opõe o vínculo com a ciência íntima dos olhos. E uma inteireza: «Desejo antes a ferida sólida que não sara.»
Edição Antígona de 1995
É bom notar que têm voz os doutores em nada. Uma voz sem cátedra, que assim a desconsagra.
A poesia tem a faculdade de ser conhecimento; e sendo-o, a poesia pode. Um tal poder, porém, é visionário, e a visão essa que rasga a roupa à tirania ao caos que a devastação económica religiosamente aperfeiçoa.
É num processo alquímico que a poesia devém conhecimento, pondo o ser perante a morte que hoje a produção de coisas cria; e inclusive ante esta morte que a cultura deposita na palavra. Lançando o ser ao fogo com que o saber motorizado reduz a cifrões a mente humana - sob os disfarces, na alta velocidade do esqueleto.
A artéria deste conhecimento é aqui urbana; excesso urbano, histeria carregando as baterias dos nervos e o estampido. Incha, em clamores, nos gráficos do urbanismo arraial de guerras; no seu galgar expansionista, terreno hostil já cimentado no desastre.
Ao plástico realismo da tirania de sucesso, aos anexos simulacros do humano em desarticulação de bonifrate, Paulo da Costa Domingos opõe o vínculo com a ciência íntima dos olhos. E uma inteireza: «Desejo antes a ferida sólida que não sara.»
ID: 662535942
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Publicado 19 de maio de 2025
Paulo da Costa Domingos - Carmina
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