Pintura de João de Almeida (n.1928-m.2020), a pastel seco sobre cartão, datada de 2010, emoldurada.

Sem título, integrando a série «Nuvens», esta pintura é muito idêntica ao n.º 11 do catálogo da exposição individual homónima que esteve patente no ano de 2010 na Galeria Antiks Design.
Cft. capa, página 19 e última página desse catálogo reproduzidas nas imagens 4, 5 e 6 em anexo, respectivamente, catálogo esse que está disponível na Internet mas cuja versão em PDF poderei enviar a qualquer interessado/a que mo solicite por mensagem privada nesta plataforma – para além das belas pinturas, propicia uma leitura muito interessante de textos do próprio, de João Bénard da Costa, de Rui Tavares, etc.

Abundando diferenças em pormenores ínfimos, como seria aliás expectável, a mais relevante diferença relativamente ao quadro n.º 11 dessa exposição é que esse era uma pintura de grandes dimensões (100 cm de altura x 70 cm de largura) como tudo quanto este conceituado arquitecto, pintor e desenhador destinava a ser exposto. Essa pintura foi vendida à época, na aludida exposição, ainda em vida do autor, por 4500€. Já estoutra pintura tem precisamente um quarto desse tamanho — 25 cm de altura x 17,5 cm de largura —, tendo sido uma "miniatura" produzida para oferta, como João de Almeida fazia ocasionalmente.

Emolduramento de excelente qualidade, com o desenho sobre fundo negro e "baguette" simples, recta, de madeira pintada de preto, fazendo sobressair a obra. Tudo em estado de conservação impecável, como atesta a fotografia do reverso do quadro (inspeccionável com a ampliação necessária e suficiente) na imagem 3 anexada a este anúncio.
Dimensões do quadro: 32 cm de altura x 23 cm de largura.

APONTAMENTO BIOGRÁFICO SOBRE O AUTOR
Mais conhecido no nosso País como o notável arquitecto que foi, destacando-se os factos de ter tomado em mãos a última renovação de fundo do Museu Nacional de Arte Antiga e de ter participado na reabilitação parcial (após o incêndio de 1995) do edifício dos Paços do Concelho de Lisboa, entre outras intervenções arquitectónicas de vulto, além de ter sido um dos fundadores do chamado "Movimento de Renovação da Arte Religiosa", com impacto nos domínios da Arquitectura e das Artes em Portugal durante as décadas de 50 e 60 do século passado, João Vasco de Paiva Raposo de Almeida teve também um percurso de relevo enquanto pintor e desenhador.
Como artista plástico, João de Almeida realizou inúmeras exposições individuais, quer em território nacional, quer fora de portas. O seu sucesso internacional passou inclusivamente por Londres e por Pequim, em galerias muito prestigiadas.
Ordenado padre no Seminário dos Olivais, João de Almeida veio a preterir essa vocação e a enveredar pelo curso de pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa onde foi discípulo de Leopoldo de Almeida e de Lagoa Henriques, na área do desenho. Mais tarde trabalharia no atelier do professor Frederico George, à margem da escola, e frequentaria também Belas Artes na cidade do Porto, além dos estágios que fez na Suíça, na Alemanha e em Barcelona. Seguiram-se os estudos de Arquitectura, e o regresso ao desenho e à pintura só ocorreria décadas mais tarde.
Paralelamente, exerceu funções como administrador e consultor museográfico na Fundação Medeiros e Almeida, criada por um tio seu, e respectiva Casa-Museu, zelando pelo correspondente legado.
Na "ponte" entre as suas duas áreas de eleição, a Arquitectura e a Arte, deve-se ao gabinete de João de Almeida o projecto e a montagem de algumas exposições que marcaram indelevelmente o panorama cultural português do final do séc. XX, desde a grande exposição de pintura «Josefa de Óbidos e o Tempo Barroco» na Galeria D. Luís I (Palácio Nacional da Ajuda, 1991), até à mostra intitulada «No Tempo das Feitorias – a arte portuguesa na época dos Descobrimentos» (Museu Nacional de Arte Antiga, 1992), passando pelo «Triunfo do Barroco», uma exposição que esteve em Bruxelas (Europália) e em Washington (National Gallery of Art), em 1991, e viria a inaugurar o Centro de Exposições do C.C.B. em 1993.