"Resistência"
de Rosa Aneiros

1ª Edição de 2004
Publicações Dom Quixote
260 Páginas

Resistência, a obra que constitui a estreia de Rosa Aneiros como romancista, traça a história política e social de Portugal, através da vida de personagens pertencentes a várias gerações, desde as décadas de 1920 a 1990. Graças à história, através de uma voz narrativa omnisciente, preferencialmente apresentada na terceira pessoa, protagonizada pelas personagens principais - Dinis e Filipa - uma viagem centrada na repressão exercida em Portugal durante as ditaduras de Salazar e Marcelo Caetano e na actividade da resistência antifascista; um pano de fundo fundamental entretecido com um bom número de histórias de amor, entre as quais se destacam Dinis - operário da fábrica de vidro Irmãos Stephen - e Filipa - filha de um rico comerciante de Coimbra. Dinis e Filipa apaixonam-se perdidamente sem medir as consequências. O Pinhal do Rei, no oeste de Portugal, tornou-se o testemunho da vida. Mas ninguém escapa aos desígnios do tempo e a vida dos apaixonados foi marcada pelas circunstâncias políticas adversas que sangraram Portugal até à Revolução dos Cravos. Para os protagonistas, a militância política não era uma opção, mas uma exigência e eles tiveram que lutar contra a pobreza e contra seus próprios sentimentos. E lutaram desesperadamente com a única arma que tinham: a resistência. Resistência é um romance sobre amores distantes em que tudo é movido pelo amor, que quase sempre nasce inocente e que rapidamente se torna complexo e difícil. Um romance memorável que transita entre a exaltação da resistência política exercida por alguns personagens e o amor entendido como algo cruel que escraviza as pessoas. Romance fascinante, escrito com o ímpeto da vida, difícil de esquecer; Resistência é, portanto, um recorte da história portuguesa pelas mãos de duas famílias amaldiçoadas pela escravidão do amor, da morte e do silêncio.

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Rosa Aneiros (Meirás, Valdoviño, Galiza, 1976) é uma jornalista e escritora galega. Estudou jornalismo na Universidade de Santiago de Compostela. Trabalha na Secção de Comunicação do Conselho da Cultura Galega. Colabora em diversos meios de comunicação impressos e digitais e também na Rádio Galega. Recebeu em 2007 o Prémio Fernández del Riego.

Tem compilados artigos jornalísticos nas obras Agardando as lagarteiras da coluna do mesmo título publicada em culturagalega.org e Ao pé do abismo, artigos da Rádio Galega, da Agência Galega de Notícias e de culturagalega.org. Na literatura de ficção, deu-se a conhecer com o romance Eu de maior quero ser (1999) obra que reflecte o mundo de um grupo de estudantes universitários na altura de se separarem e tomar decisões de futuro.

A obra com mais sucesso é Resistência, onde a História do século XX português fica como pano de fundo da história pessoal de duas famílias em que o Amor, em diferentes formas e manifestações, é força que tinge tudo, mas tem de se dobrar perante as circunstâncias. A autora diz que os lugares, personagens e acontecimentos do romance são reais: uns da realidade histórica, outros da “realidade da Literatura” pela sua mensagem, denúncia e vivências.

Dedica especialmente o seu romance a Dinis Miranda e aos contos dele, dedicados às filhas, censurados naquela altura pela PIDE e atualmente expostos no museu de Peniche, e também a Álvaro Cunhal.

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