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Robert Walser - O Passeio e Outras Histórias
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Descrição

Robert Walser - O Passeio e Outras Histórias
Edição Granito Editores de 2001
Tradução de Fernanda Gil Costa

KLEIST EM THUN
O PASSEIO
BASTA!
POSFÁCIO: ''Robert Walser" (por Gonçalo Vilas-Boas)

Robert Walser é um autor pouco conhecido em Portugal, daí o interesse deste livro com textos seus. Foi um autor admirado por Kafka, por Musil, por Walter Benjamin. Na literatura suíça de expressão alemã Walser é uma referência absoluta, tendo influenciado essa literatura sobretudo a partir da década de 60, quando foi redescoberto, após ter sido ignorado durante décadas. Alguns dos poemas já foram musicados, por exemplo pelo compositor suíço contemporâneo Heinz Holliger, e os seus romances já foram adaptados ao cinema.

Autor solitário, à margem das modas literárias, é um mestre na utilização de máscaras, da simulação, aparecendo nos textos, sempre com um fundo autobiográfico, como o próprio autor confessa, sob as mais diversas formas. A sua vida é ponto de partida para várias excursões ficcionais através da palavra. A produção walseriana é essencialmente constituída por textos curtos, além da sua incursão pela poesia, pelo romance e pelo teatro. Dele não se conhecem grandes palavras, grandes atitudes. Pode-se falar da estética do pequeno, do banal, do dia-a-dia. O grandioso não lhe assenta bem. Para ele, o importante esta no pequeno, no pormenor, na filigrana, no "arabesco". A esse aspecto junta-se a grandiosidade do nada ser ou nada possuir, como condição de liberdade.

A personagem Simon Tanner, do romance Os lrmãos Tanner, afirma: "Nunca possui nada, nunca fui nada e, apesar da esperança dos meus pais, nunca hei-de vir a ser alguma coisa". Jakob von Gunten, depois de expressar o desejo de querer ser um zero bem redondo, diz: "Sou tão feliz por não encontrar em mim nada de especial!" Por isso, as figuras de criado, aquele que nada tem de seu, são frequentes, por simbolizarem essa liberdade, a de quem não tem nada e nada é. Estas figuras são máscaras do autor, que, partindo das suas vivências, se escreve permanentemente e deambula no reino da ficção. Por isso, em Walser, nunca se sabe onde está a fronteira do vivido e do imaginado. Formam uma unidade.

Em Kleist in Thun, escrito em Berlim em 1907, o autor mostra através do seu Kleist, que só parcialmente corresponde ao verdadeiro poeta, o conflito entre o grande e o pequeno, apresentado na dificuldade da personagem conseguir escrever face à grandiosidade dos Alpes. Mas também há outra razão para essa inibição: Kleist não se sente livre, só quer a perfeição,· o máximo; por isso sucumbe, enquanto o narrador, que aprecia Kleist, mas que se limita ao pequeno (a própria dimensão do texto), sobrevive.

O passeio é um dos elementos estruturantes da obra walseriana: o passeio como tema, mas também e sobretudo como atitude, como condição de escrita: "Sem os passeios estaria morto", diz ele. Passeios pela natureza, pela vida, pela fantasia. A calma do andar, a ausência de metas, importante: Walser observa tudo, nada lhe escapa, por isso escreve sobre o que vê de modo irónico, quando se refere à sociedade.

O texto Basta, de 1917, é um pequeno exe1nplo dessas observações, entre centenas de outros. Aqui o "eu" do discurso não é o sujeito, mas o objecto observado. Walser observa, mas só o mundo que o rodeia. Os grandes factos da história passam-lhe ao lado como, por exemplo, a Primeira Grande Guerra.

O Passeio data também de 1917. E um texto longo, mas, no fundo, é constituído por vários pequenos momentos, montados ao longo de um passeio-texto. A cada descrição segue-se a reacção do eu-observador, que comenta, fantasia, ironiza. Entre o tom idílico e a crítica irónica e destrutiva, o texto oferece um grande matiz de "cores", tal como a diversidade da natureza. Robert Walser quer encenar vidas, ou como ele gostava de dizer, pôr a realidade a dançar através de palavras, para desse modo libertá-las do peso que a sociedade lhes impõe. Walser quer voltar a dar à palavra a sua liberdade.

Os textos aqui apresentados não são mais do que uma pequena amostra, tirados de entre os 26 volumes que constituem a obra completa.
ID: 644031997

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João

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Esteve online dia 02 de maio de 2024

Publicado 16 de abril de 2024

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