Nos fins da dinastia Sung um Taoísta de nome Cheung san Fung, ao procurar adaptar uma arte marcial para uso dos Taoístas, costumava observar os hábitos de animais de longa vida como as tartarugas e as garças. Depois de muitos anos de estudo, ele finalmente criou o TAI CHI CHUAN. Esta arte marcial é baseada nos conceitos de Yin e Yang. Cheung San Fung, monge Taoísta, presenciou uma luta entre uma garça e uma serpente. Notou então como os movimentos circulares da serpente sobrepunha-se aos movimentos duros da garça. Desenvolveu assim um sistema de autodefesa baseado nesse princípio. A evolução dessa arte seguiu caminhos de muitos mestres e de muitos estilos. Primeiramente estas formas foram mantidas em segredo, guardadas a sete chaves por certas famílias na China. Os segredos do Tai Chi foram revelados quando Ying Kit Tung fundou algumas escolas em Beijing durante a primeira metade deste século. O Tai Chi, no sentido filosófico, explica tudo que existe no Universo. Torna o Universo uma unidade. Os Taoístas o chamam de Tão. O Tai Chi em sua essência possui duas partes naturalmente diferente. Uma parte se chama Yin, e a outra Yang. Tudo no universo são Yin e Yang.

No Tai Chi Chuan existem duas forças: a força flexível e a força inflexível. A força flexível pertence ao Yin e a força inflexível pertence ao Yang. A mudança de forças flexível para inflexível ou vice-versa é atingida em forma de círculo. Contudo, o padrão principal do círculo contém outros círculos formando uma espiral contínua sem fim. A principal característica desse círculo é a utilização de meio círculo como força flexível para defender-se do ataque do oponente, e a outra metade do círculo como força inflexível para contra-atacar o oponente. Ao se utilizar estes círculos, é possível usar uma única mão ou as duas juntas para agir perante o adversário diretamente ou indiretamente em ângulos horizontais, inclinados ou verticais – dependendo da circunstância. Existem três vantagens do estilo do Tai Chi Chuan como técnica de autodefesa: 1. É possível se utilizar menos força para se defender de um ataque dotado de força, e então concentrar no contra-ataque ao adversário de modo a dar fim ao combate; 2. Na medida em que se reduz a força utilizada e a energia consumida é possível manter o corpo em boa forma lutando por mais tempo, derrotando assim o adversário; 3. Preparar pessoas que possam utilizar estes princípios para se proteger contra oponentes mais fortes. A correta aplicação destes estilos depende principalmente da boa técnica e a prática. A partir do momento em que a prática pode promover a técnica, é possível melhorar de acordo com que o aprendizado torna o praticante mais criterioso na execução das técnicas.

Bunka publishing bureau, Japão 1976

*Livro em inglês