Quis o Prof. Amadeu Torres, filólogo e erudito comentador de grandes humanistas do Renascimento (designadamente de Damião de Góis), que esta reprodução fac-similada da Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza na sua edição princeps (a de 1822) fosse incluída nas publicações da Academia das Ciências de Lisboa. Na intenção do ilustre universitário, este livro de Jeronymo Soares Barboza, impresso e publicado pela Typographia da Academia Real das Sciencias, deverá reeditar-se 2004 pela mesma instituição que a publicou póstuma em 1822 e ainda ulteriormente: homenagem, embora justa, generosa e deferente, à actual Academia das Ciências que já se honrou com editar, soba a sua égide, outros estudos do sábio investigador Amadeu Torres.

Num douto «Cometário Proemial» e numa «Apresentação» muito erudita analisa o distinto linguista as razões histórico-sociológicas que justificam esta reedição. Seria da minha parte pretensioso e mesmo supérfluo explicitar outras razões justificativas desta valiosa publicação. A verdade é que, até sem os lúcidos argumentos propostos, a reedição se explicaria por si mesma, porque os seus méritos histórico-linguísticos se impõem. Mas Amadeu Torres, conhecedor por consultas directas das fontes gramaticais antigas donde brotam as águas puras que saciaram os maiores gramáticos portugueses clássicos, avaliza com a sua autoridade de investigador e com a sua vasta e profunda informação, as razões científicas contemporâneas que fundamentam a razão de ser desta nova edição. [...]