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Tipo: Poesia
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Ed. Tinta da China
«O que arde também cura. Quando, neste livro, nos deparamos com relâmpagos, brasas e incêndios, detectamos igualmente uma ideia de restabelecimento ou terapia, que se parece, aliás, com o seu avesso: uma doença febril, convulsiva, violenta. Os poemas de Cláudia R. Sampaio são disfóricos mas reactivos, respondem ao mundo e aos ataques do mundo, muitos deles sujos, asquerosos. Esse imaginário quase‑abjeccionista não é uma pose, uma auto‑indulgência, é a convicção de que, apesar de estarem ‘acima das condições atmosféricas’, os poemas têm cabeça e têm corpo, ambos amotinados, complicados. Anotações citadinas confirmam então que os outros talvez sejam mesmo o inferno; elegias domésticas transformam os pais em criaturas mitológicas, terríficas; e poemas de perda e desejo combinam imagens agressivas e anáforas surreais‑românticas. Ver no Escuro é uma sequência sobre o facto de estarmos vivos, ou antes, sobre a consciência e ‘infra‑consciência’ desse facto. Consciência que é um desassossego pessoano, uma exasperação tenebrosa, uma ‘melancolia aflita’.» — Pedro Mexia
Ed. Tinta da China
«O que arde também cura. Quando, neste livro, nos deparamos com relâmpagos, brasas e incêndios, detectamos igualmente uma ideia de restabelecimento ou terapia, que se parece, aliás, com o seu avesso: uma doença febril, convulsiva, violenta. Os poemas de Cláudia R. Sampaio são disfóricos mas reactivos, respondem ao mundo e aos ataques do mundo, muitos deles sujos, asquerosos. Esse imaginário quase‑abjeccionista não é uma pose, uma auto‑indulgência, é a convicção de que, apesar de estarem ‘acima das condições atmosféricas’, os poemas têm cabeça e têm corpo, ambos amotinados, complicados. Anotações citadinas confirmam então que os outros talvez sejam mesmo o inferno; elegias domésticas transformam os pais em criaturas mitológicas, terríficas; e poemas de perda e desejo combinam imagens agressivas e anáforas surreais‑românticas. Ver no Escuro é uma sequência sobre o facto de estarmos vivos, ou antes, sobre a consciência e ‘infra‑consciência’ desse facto. Consciência que é um desassossego pessoano, uma exasperação tenebrosa, uma ‘melancolia aflita’.» — Pedro Mexia
ID: 649162832
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Publicado 21 de abril de 2024
Ver no Escuro - Cláudia R. Sampaio
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